Seis motivos para comemorarmos o Novembro Azul

Ana Paula Cardoso • November 4, 2024

Seis motivos para comemorarmos o Novembro Azul


O movember* blue foi criado para conscientizar os homens da necessidade de cuidarem da sua própria saúde. Tradicionalmente, o homem não vai ao médico – ele espera estar com dor ou com sintomas avançados e, às vezes, incapacitantes para, aí sim, procurar ajuda. Geralmente são a esposa, a mãe ou a filha que os levam para o médico, frequentemente após muita insistência, e os fazem seguir uma rotina para cuidar da saúde. Mas todas essas medidas são muito mais eficientes quando a vontade é própria.


E felizmente isso está mudando. Muitos preconceitos vêm caindo e com o aumento da informação circulando, os homens já estão muito mais dispostos a se cuidarem, fazendo check-ups, cuidando da dieta e fazendo atividade física.


Mas... vamos ver no detalhe o que podemos comemorar:


1) A cirurgia robótica tem ganhado espaço no tratamento dos cânceres de próstata, rim e bexiga, especialmente por permitir maior precisão durante o procedimento. Comparada à cirurgia aberta, a técnica robótica é mais precisa e menos invasiva, o que pode resultar em menor tempo de recuperação, menos sangramento, menos dor pós-operatória e menor risco de complicações. Em especial, em mãos bem treinadas. Em relação à laparoscopia tradicional, a cirurgia robótica permite uma visão ampliada para o cirurgião e movimentos em 360° dos ferramentais utilizados, o que traz benefícios em termos de preservação de estruturas importantes, como nervos responsáveis pela ereção e continência urinária. No entanto, a escolha da técnica depende do cirurgião e da patologia, que pode ou não se beneficiar dessas vantagens e por isso, deve ser discutida individualmente com o médico.


2) A
radioterapia é uma excelente opção para o tratamento do câncer de próstata e tem evoluído significativamente com novas tecnologias que permitem maior precisão e menor toxicidade. A radioterapia de intensidade modulada (IMRT) e a radioterapia guiada por imagem (IGRT) são duas inovações importantes. A IMRT permite moldar o feixe de radiação de forma mais precisa ao tumor, preservando tecidos saudáveis ao redor. Já a IGRT utiliza imagens diárias para ajustar o posicionamento, garantindo que o alvo seja tratado com exatidão. Essas tecnologias são particularmente vantajosas para pacientes com câncer de próstata localizado ou com envolvimento local avançado, permitindo maior eficácia no controle da doença e principalmente, menor risco de efeitos colaterais.



3) Os riscos de sequelas após a radioterapia diminuíram com o avanço das tecnologias IMRT e IGRT. Danos à bexiga e ao reto, foram reduzidos. Esses métodos permitem uma entrega mais precisa da radiação, limitando a exposição de órgãos saudáveis ao redor da próstata. Isso resulta em uma menor incidência de efeitos colaterais como incontinência urinária e problemas intestinais. No entanto, como qualquer tratamento, a radioterapia ainda apresenta alguns riscos, e a decisão sobre a terapia deve ser feita após uma análise cuidadosa dos benefícios e possíveis efeitos adversos.



4) Novas drogas para a hormonioterapia surgiram nos últimos anos, sendo um tratamento essencial para o câncer de próstata localmente avançado e de alto risco. Além dos antiandrogênicos tradicionais, inibidores de nova geração da via do receptor de androgênio, como a abiraterona, enzalutamida, apalutamida e darolutamida têm mostrado eficácia significativa em tumores avançados e metastáticos. A hormonioterapia é indicada tanto para casos de alto risco, quanto para o câncer de próstata metastático, sendo um pilar fundamental no controle da progressão da doença.


5) O uso do radiofármaco lutécio-177 PSMA é uma opção nova e promissora de tratamento aprovada para pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração, que já receberam pelo menos uma quimioterapia e um inibidor androgênico de nova geração. Ele atua direcionando a radiação diretamente às células tumorais que expressam a molécula PSMA, minimizando o impacto em tecidos saudáveis. Por esse motivo o exame PET PSMA é essencial, para que capte o volume total da doença. O lutécio-177 já está disponível em alguns centros especializados, mas sua acessibilidade pode variar conforme a regulamentação da instituição.



6) Há várias outras terapias em desenvolvimento para o câncer de próstata metastático. Entre elas, destacam-se as terapias com inibidores de PARP, como o olaparibe, que são indicadas para pacientes com mutações genéticas específicas. Além disso, temos uma imunoterapia aprovada para casos mais raros e novas combinações de terapias sendo avaliadas em estudos clínicos que podem ser aprovadas em breve, oferecendo ainda mais opções de tratamento personalizado para os pacientes.


* da junção das palavras inglesas moustache e november, surgiu o nome dessa campanha que visa alertar para a saúde masculina e arrecadar fundos.



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