Fumar aumenta o risco de câncer de bexiga? Sintomas, cuidados e tratamentos
Entenda quais são os principais sinais do câncer de bexiga, quem corre mais risco e o que fazer para se prevenir.

Por que o cigarro aumenta o risco de câncer de bexiga?
Muitas vezes se associa o tabagismo apenas ao câncer de pulmão, mas a verdade é que ele também é a maior causa de câncer de bexiga.
O cigarro contém mais de 70 substâncias tóxicas comprovadamente cancerígenas, que estão relacionadas ao desenvolvimento do câncer.
Quando se fuma, essas toxinas são absorvidas pelos pulmões, entram na corrente sanguínea e acabam sendo filtradas pelos rins. A partir daí, vão parar na urina. Ao ser armazenada na bexiga, a urina carrega compostos tóxicos que ficam em contato direto com o revestimento da bexiga: o urotélio.
O urotélio é um tecido delicado que reveste todo o sistema urinário e é muito sensível. Com o tempo, a exposição contínua às toxinas do cigarro pode causar danos às células dessa região, favorecendo mutações genéticas, levando ao surgimento de tumores.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 11.370 novos casos de câncer de bexiga por ano, entre 2023 e 2025. Desse total, 7.870 são em homens e 3.500 em mulheres. E cerca de 50% desses casos estão diretamente ligados ao cigarro.
Como o câncer de bexiga se desenvolve?
A exposição constante às toxinas do cigarro vai causando danos celulares e o nosso organismo tem mecanismos naturais de defesa contra células danificadas. Um dos principais é a apoptose, um processo em que a própria célula percebe que está alterada e morre.
Mas, quando a exposição a um fator de risco (como as toxinas do cigarro) acontece repetidamente, essa célula não consegue mais se defender. É aí que se inicia o processo cancerígeno.
Sinais e sintomas para ficar atento:
O principal sintoma do câncer de bexiga é a presença de sangue na urina, conhecida como hematúria.
E vale uma atenção especial para as mulheres: muitas vezes esse sintoma é confundido com alterações menstruais ou ginecológicas, o que pode atrasar o diagnóstico. Por isso, qualquer alteração deve ser investigada com cuidado.
Outros sinais que merecem atenção:
- Dor ou ardência ao urinar;
- Urgência urinária ou vontade frequente de urinar;
- Sensação de bexiga sempre cheia;
- Dores na região lombar ou pélvica (em estágios mais avançados).
Quem tem mais risco de desenvolver câncer de bexiga?
- Exposição ocupacional: profissionais da indústria têxtil, mecânica, ou que lidam com solventes e metais pesados.
- Histórico familiar: ter parentes próximos com a doença exige atenção aos sintomas e exames regulares.
- Homens: têm de 3 a 4 vezes mais chance de desenvolver o câncer, em parte por maior exposição ao cigarro e substâncias químicas.
- Mulheres expostas ao cigarro passivamente: conviver com fumantes também representa um risco.
O câncer de bexiga tem cura?
Sim. Mesmo quando diagnosticado em estágios mais avançados, ainda há chance real de cura.
As lesões superficiais, que não invadem a parede da bexiga, são bastante curáveis. Nesses casos, ele geralmente está restrito à parte interna da bexiga e pode ser tratado com procedimentos pouco invasivos. A recorrência é frequente, temos que acompanhar de perto.
Agora, nos quadros mais avançados, os tratamentos evoluíram muito! Com cirurgias, quimioterapia, radioterapia e até imunoterapia, muitos pacientes conseguem controlar a doença e manter qualidade de vida. Escrevi um artigo apenas sobre os tratamentos para o câncer de bexiga, leia aqui.
Como prevenir o câncer de bexiga?
- Pare de fumar;
- Evite compostos químicos;
- Fique atento aos sinais;
- Faça acompanhamento médico constante.
O cigarro tem um impacto sobre muitos órgãos do corpo e a bexiga é um dos mais sensíveis e afetados. O melhor presente que você pode dar pra você e sua família é parar de fumar!
Não ignore sintomas como sangue na urina. Se persistirem, insista na investigação.
Se conhece alguém que fuma, compartilhe essa informação. Cuide-se!