O que é a oncologia de precisão e a quem ela beneficia?

Ana Paula Cardoso • May 31, 2024
O que é a oncologia de precisão e a quem ela beneficia?

A oncologia evoluiu muito nos últimos anos, principalmente o conhecimento a respeito do câncer e sua origem. Um conhecimento mais profundo sobre a biologia da doença nos permitiu conhecer as alterações genéticas e moleculares de muitos tumores e desenvolver tratamentos que atacam mais precisamente o alvo. 


Assim surge a medicina de precisão: uma busca por alterações específicas do câncer que respondem a tratamentos direcionados.


Que cada câncer tem um nome e um sobrenome, apresentando se como doenças diferentes, mesmo quando acomete o mesmo órgão, nós já sabíamos. Mas agora é possível reconhecer características próprias de cada tumor e proteínas da superfície da célula, que funcionam como marcadores. Basicamente alterações estruturais importantes que denotam um comportamento alterado daquele grupo de células. E para isso usamos exames e testes que são capazes de fazer essa identificação.


Uma das grandes evoluções da oncologia de precisão foi a terapia-alvo – medicamentos que são produzidos para atingir diretamente aquela proteína específica, matando somente a célula cancerosa, preservando as sãs.


Além de serem mais eficientes, os tratamentos que usam a medicina de precisão tendem a ser menos tóxicos, pois têm como alvo apenas as células malignas que têm aquele marcador ou aquela proteína.

 

Outra forma de fazer uso da oncologia de precisão é através do sequenciamento genético oferecido para conhecer alterações moleculares, mutações em genes que podem vir de herança familiar ou adquiridas durante sua vida e que facilitam a formação do tumor. 


Os genes podem estar alterados desde o seu nascimento e estar presente em todas as suas células ou podem ser adquiridos a partir de hábitos como o tabagismo, a ingestão de alimentos ultraprocessados, o contato diário com produtos químicos, entre outros.


É importante destacar que a oncologia de precisão não existe sem a medicina personalizada, pois juntamente com as análises genéticas, olhamos o paciente como um todo, em sua dimensão pessoal, suas comorbidades, seus hábitos e suas prioridades. O médico oncologista deve levar isso tudo em conta para entregar o melhor tratamento, com o melhor resultado, para cada indivíduo.


Um exemplo na nossa área é um avanço no tratamento do câncer de próstata, em que conseguimos identificar uma proteína da superfície da célula cancerígena chamada PSMA. Temos uma droga chamada lutécio, que se liga diretamente nessa molécula e trata apenas as lesões que expressam PSMA. Dessa forma, a medicação vai agir no câncer, preservando os tecidos sadios e dando uma qualidade de vida melhor ao paciente durante seu tratamento.


Esses avanços e descobertas estão acontecendo diariamente. A cada novo artigo, novo congresso e simpósio tomamos contato com novos estudos e o câncer vai se desenhando uma doença totalmente diferente de como a encarávamos no passado – e aqui, um passado não tão distante, por exemplo, há 10 anos.


Descobrimos cada vez mais sobre a doença e os tratamentos vão trazendo mais esperança para os nossos pacientes.




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